sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Delírio (Delirium, #1)


Nome:  Delírio
Autor: Lauren Oliver
 Gênero: Distopia, Young Adult
Idioma: Português
Editora: Intrínseca, 352 páginas.
Título Original: Delirium
Saga:  Delirium
Ano de Publicação: 2011


Sinopse:  Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos. Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas. Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?



Resenha:

                Por onde começar essa resenha? Delirium é um livro que me deixou pensando nele por meses a fio. Volta e meia olhava para uma coisa na rua e conseguia ver a essência do livro percorrer a minha vida, como se já virasse parte dela. E é exatamente esse tipo de livro delicioso que Delirium é.
                Na realidade, não tem muito o que falar. A trama central do livro na verdade é bem bobinha, e os personagens não são lá essas coisas tampouco. Lena tem um passado doloroso, Alex é um cara encantador, Hana é a melhor amiga que desafia o sistema. É claro que você vê o livro através dos pensamentos da Lena – é narrado em primeira pessoa – mas às vezes senti que os personagens poderiam ter evoluído um pouquinho mais, pelo menos até a metade do livro. E na verdade é só por isso que o livro não ganha uma nota um pouquinho maior. E depois a história foi evoluindo, e eu simplesmente me apaixonei.
                Porque na verdade, a ideia de Lauren Oliver é bem simples: discutir o papel do amor na sociedade. “Nossa, Laura, mas que coisa clichê, pelo amor de deus” – é o que você está pensando. E no começo, é mais ou menos isso. Só que Oliver evolui isso ao extremo – a distopia é criada ao redor de uma cirurgia feita aos dezoito anos que remove a parte do cérebro que é capaz de sentir emoções. E o amor é considerado uma doença transmissível que deve ser removida a qualquer custo.
                Todo o mundo de Delirium se baseia na cura de amor deliria nervosa – o amor em si, e como ele afeta a sociedade. Quando o amor e as emoções são removidas, inclui tudo – todas suas amizades, sua família, absolutamente tudo. E foi essa parte que quase me matou por dentro. Enquanto eu estava lendo, eu não podia deixar de pensar, o tempo inteiro – e se acontecesse comigo? É isso que Delirium propõe dentro da história. Lena foi criada em uma sociedade que acredita que toda forma de emoção é ruim, e que é a causa de todos os problemas do mundo. E então Lena conhece Alex e BAM – nada mais faz sentido. E o que eu mais adorei é que a autora faz você mergulhar nessa sensação de dor e esperança e amor e alegria e felicidade que é se apaixonar ou possuir uma grande amizade, o quanto é importante essa parte dentro dos relacionamentos humanos. É simplesmente lindo ver como isso acontece, e Lena começar a perceber o quão errada é essa sociedade que ela está vivendo. Porque o amor dói? Claro. Tem horas que dá vontade de chorar e arrancar o coração fora? Também. Mas não é um negócio que vale a pena? Não nos faz sentir vivos?
                A proposta do livro é simplesmente brilhante, não há outras palavras para descrever. É uma história envolvente e de reflexão, da forma mais bonita. Oliver escreve de um modo extremamente poético e envolvente, o que ajuda ainda mais dar o tom da obra. Uma das coisas que também gostei foram os pequenos trechos que davam início ao capítulo – com passagens do tratado da sociedade de Lena, sobre os sintomas de amor deliria nervosa, e todo outro tipo de coisa que dava um toque extra aos capítulos. Alguns parágrafos eram simplesmente aterrorizantes quando se pensa nas consequências de uma vida assim, e eu achei maravilhoso. Porém, não é um livro que contenha ação – e não vá esperando nada do gênero. Ele é um livro cuja escrita é fluida e rápida, mas busca acima de tudo refletir nos próprios seres humanos e suas emoções do que qualquer outra coisa.


Nota: 4.5/5


Quote: “I guess that’s just part of loving people: You have to give things up. Sometimes you even have to give them up.” 

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